sábado, 28 de junho de 2014

ESTABELECENDO RELAÇÕES ENTRE O AEE E O TEXTO “O MODELO DOS MODELOS” (Italo Calvino)



ESTABELECENDO RELAÇÕES ENTRE O AEE E O TEXTO “O MODELO DOS MODELOS” (Italo Calvino)

 
créditos: http://pedagogiaeadlins.blogspot.com.br/2012/05/convivendo-com-as-diferencas-no.html
“A inclusão rompe com os paradigmas que sustentam o conservadorismo das escolas, contestando os sistemas educacionais em seus fundamentos. Ela questiona a fixação de modelos ideais, a normalização de perfis específicos de alunos e a seleção dos eleitos para freqüentar as escolas, produzindo, com isso, identidades e diferenças, inserção e/ou exclusão.” (Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – A Escola comum Inclusiva. SEESP – MEC 2010)

Observando o parágrafo inicial “senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro, proceder às correções necessárias para que modelo e realidade coincidam.” leva a refletir que as regras do senhor Palomar não se aplica, ao AEE, o ideal é que antes de formar um modelo padrão, é necessário conhecer o seu aluno como um todo, pois cada ser é único e particular, é tanto que o senhor Palomar aos poucos vai modificando suas regras, vejamos o seguinte trecho “agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço.” Relacionando a prática do AEE, principalmente no que diz respeito ao plano individual do aluno, isso é totalmente contraditório, pois mesmo se tratando da mesma deficiência, cada um tem suas especificidades, necessidades, habilidades e  potencialidades, dessa forma sim, conseguiremos eliminar as barreiras enfrentadas pelo aluno. O professor de AEE, assim como os das salas regulares precisa valorizar mais a criatividade de seus alunos, desenvolver mais a capacidade que eles têm de pensar e não ficar engessados em modelos homogeneizáveis.


sábado, 7 de junho de 2014

RECURSO TECNOLOGIA ASSISTIVA DE BAIXO CUSTO PARA PESSOAS COM TGD









Comunicação Alternativa (CA)

Uma forma de garantir a acessibilidade comunicativa a essa população consiste no emprego dos recursos de comunicação alternativa. A Comunicação Alternativa - CA é uma das áreas da TA que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Busca então, através da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta metodologia, construir e ampliar sua via de expressão.
A comunicação é considerada ampliada quando o indivíduo possui comunicação insuficiente através da fala e /ou escrita (por exemplo, há fala inteligível apenas no núcleo familiar) e, considerada alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de comunicação. Um Sistema de Comunicação Alternativa – SCA refere-se ao recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de comunicação existentes ou substituem as habilidades de comunicação inexistentes.
Os Sistemas de Comunicação Alternativa (SCA) podem ser divididos em recursos de baixa (cartões, pranchas, pastas e outros) e de alta tecnologia (pranchas vocálicas, sistemas computadorizados com síntese de voz e outros) (Nunes, 2003).

Pranchas de comunicação
Público alvo: alunos com DI, TGD, DV que aresentam problemas na comunicação.
Idade: a partir dos 6 anos
Local de utilização: sala de aula, sala de recursos multifuncional, no contexto familiar.
Descrição: A imagem apresenta 3 exemplos de recursos de baixa tecnologia, uma pasta com gravuras com a escrita correspondente a imagem de uma cama e uma boneca, coladas em cartolinas perfuradas, na ponta da cartolina uma adaptação de um virador de páginas, um painel pequeno com imagens nomeadas  e um cartão como gravuras nomeadas em fundo preto e fita adesiva amarela fazendo um contraste de cores.
Intervenção do professor do AEE: Através das pranchas temáticas o aluno vai se aproximar mais do conteúdo que será exposto na sala de aula, encorajando-o a comunicação, de forma que sua comunicação seja ampliada e conseqüentemente compreensível. O professor do AEE, na interlocução com a família e professores apresenta o mesmo recurso e ensina a utilização.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

INFORMATIVO: DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E SURDOCEGUEIRA





INFORMATIVO: DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E SURDOCEGUEIRA
Deficiência múltipla é um conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social, entretanto vale ressaltar que não é uma soma de deficiências que caracterizam a múltipla deficiência, mas o nível de comprometimento, na comunicação, no seu desenvolvimento, interação, aprendizagem, enfim, que determinam se é deficiência múltipla ou não. (fascículo DMU). As pessoas com deficiência múltipla apresentam características específicas, individuais, singulares e não apresentam necessariamente os mesmos tipos de deficiência, podem apresentar cegueira e deficiência mental; deficiência auditiva e deficiência mental; deficiência auditiva e autismo e outros.
A surdogegueira é uma condição única do indivíduo, onde ao mesmo tempo ele apresenta a perda da visão e audição, independente do grau das perdas. Segundo o fascículo (AEE-DM), as pessoas surdocegas estão divididas em quatro categorias: pessoas que eram cegas e se tornaram surdas; que eram surdos e se tornaram cegos; pessoas que se tornaram surdocegos; pessoas que nasceram surdocegos, ou se tornaram surdocegos antes de terem aprendido alguma linguagem.
Nessa perspectiva, é importante esclarecer alguns aspectos relacionados a surdocegueira e deficiência múltipla. De acordo com o referencial teórico, (MAIA, 2011)
A pessoa que nasce com surdocegueira ou que fica surdocega não recebe as informações sobre o que está sua volta de maneira fidedigna, ela precisa da mediação de comunicação para poder receber, interpretar e conhecer o que lhe cerca.
Seu conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.
Na deficiência Múltipla não garantimos que todas as informações muitas vezes chegam para a pessoa de forma fidedigna, mas ela sempre terá o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência, esses dois canais são responsáveis pela maioria do conhecimento que vamos adquirindo ao longo da vida.”  (Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla, p. 4)

Em relação às estratégias de ensino, alguma são semelhantes, como é o caso da comunicação expressiva( requer um comunicador, através de objetos, gestos, figuras, expressões corporais) e receptiva ( acontece quando uma pessoa processa e recebe uma informação por meio de uma fonte e forma: escrita, fala, Libras). Através da comunicação elas vão interagir com o outro, portanto a comunicação e interação social estão interligadas, nesse sentido o reforço das atividades que envolva o tema rotinas organizadas, tanto podem ser utilizadas para surdocegos como para quem tem DMU, também os objetos que fazem referências para ajudá-los a memorizar melhor as ações, as informações, demonstrar seus desejos. Os símbolos tangíveis, também devem ser incorporados entre as estratégias de ensino desse público. Dependendo do nível de desenvolvimento e evolução da antecipação, inicia-se o processo de desnaturalização, vai aos poucos inserindo novos conceitos, por exemplo:

O copo não é mais somente aquele objeto usado de manhã e de tarde, mas é também um objeto usado por outros membros do grupo da criança, que pode ser comprado na loja, que pode ter formas diferentes, que é lavado após ser usado, e que sobre o qual se pode falar: “Quando você vai comprar um novo copo?”.”, (p.10)


Referências bibliográficas

MAIA, Shirley Rodrigues: Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla.

http://saladerecursosmultifuncionais.blogspot.com.br/2011/08/diferenca-entre-surdocegueira-e.html

sábado, 8 de março de 2014

BILINGUE: UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO DOS SURDOS



BILINGUE: UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO DOS SURDOS


A proposta de Educação Escolar para surdo já se aproxima de dois séculos e deu início a partir do confronto político e epistemológico entre os gestualistas e oralistas, gerando muitas discussões no campo político, em debates e nas pesquisas científicas, e até mesmo em reuniões pedagógicas, era um assunto de todos, onde todos se esforçavam para defender á teoria de como deveria ser desenvolvida a educação das pessoas com surdez.
Nesse momento, foram apresentadas três abordagens: uma oralista, uma total e uma bilíngue. A oralista acreditava que seria possível apenas o uso da voz e da leitura labial, como meio linguístico, não aceitava nenhuma forma de comunicação por meio de gestos ou sinais, desconsiderando a língua de sinais. A comunicação total, apesar de aceitar com naturalidade a língua de sinais, ou seja, não o forçava a falar e compreender que os surdos tinham apenas uma perda sensorial auditiva, não os fazia se sentirem incluídos como seres atuantes diante da sociedade, na comunicação total os ouvintes não entendiam que para a Pessoa com surdez a língua materna era a de sinais e por último a abordagem por meio do bilinguismo, onde favorece ao aluno com surdez o acesso à língua de sinais e a dos ouvintes, tornando possível sua aprendizagem.
Nesse contexto, considerando o fracasso das duas primeiras abordagens e os resultados da abordagem bilíngue, se faz necessário que a educação repense com urgência sobre as causas do fracasso escolar e as práticas pedagógicas, buscando a promoção da participação, assim como a aprendizagem dos alunos com surdez na escola.
Segundo DAMÁZIO, FERREIRA, “há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem.”(p.47,48.) Desse modo, as PS, não podem ser reduzidas a uma condição sensorial, ela têm outras potencialidades que as integram a outros processos perceptuais, enquanto seres de consciência, pensamento e linguagem.
Levando em consideração a importância que a língua de sinais tem para as pessoas com surdez e a necessidade da língua portuguesa para desenvolver a leitura e escrita, torna-se imprescindível que a abordagem bilíngue seja de fato atuante nas escolas, pois eles tendo a oportunidade se apropriar da língua portuguesa, esta também irá possibilitar uma interação maior com o outro e assim, como cita DAMÁZIO, FERREIRA no referencial, “construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, na escola, é fazer com que essa instituição esteja imersa nesse emaranhado de redes sociais, culturais e de saberes.” (p.49).
É interessante ressaltar que a abordagem bilíngue e amparada por Lei e reconhecida pelo MEC como uma proposta legal e eficaz, e que se eles tiverem a oportunidade de conviver em um ambiente escolar que tem como proposta a abordagem bilíngue ele consequentemente desenvolverá seu potencial.
A partir dessa compreensão é que se constrói o Atendimento educacional Especializado, “que tem como função organizar o trabalho complementar para a classe comum, com vistas à autonomia e à independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez na escola e fora dela.” (DAMÁZIO, FERREIRA, P. 52), a sala de recursos possibilita ao aluno com surdez o reconhecimento de suas especificidades e também assistidas nos três momentos, o AEE em Libras, AEE de LIBRAS e o AEE de língua portuguesa para pessoa com surdez, como propõe a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, ou seja, uma proposta pedagógica na abordagem bilíngue.