sábado, 8 de março de 2014

BILINGUE: UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO DOS SURDOS



BILINGUE: UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO DOS SURDOS


A proposta de Educação Escolar para surdo já se aproxima de dois séculos e deu início a partir do confronto político e epistemológico entre os gestualistas e oralistas, gerando muitas discussões no campo político, em debates e nas pesquisas científicas, e até mesmo em reuniões pedagógicas, era um assunto de todos, onde todos se esforçavam para defender á teoria de como deveria ser desenvolvida a educação das pessoas com surdez.
Nesse momento, foram apresentadas três abordagens: uma oralista, uma total e uma bilíngue. A oralista acreditava que seria possível apenas o uso da voz e da leitura labial, como meio linguístico, não aceitava nenhuma forma de comunicação por meio de gestos ou sinais, desconsiderando a língua de sinais. A comunicação total, apesar de aceitar com naturalidade a língua de sinais, ou seja, não o forçava a falar e compreender que os surdos tinham apenas uma perda sensorial auditiva, não os fazia se sentirem incluídos como seres atuantes diante da sociedade, na comunicação total os ouvintes não entendiam que para a Pessoa com surdez a língua materna era a de sinais e por último a abordagem por meio do bilinguismo, onde favorece ao aluno com surdez o acesso à língua de sinais e a dos ouvintes, tornando possível sua aprendizagem.
Nesse contexto, considerando o fracasso das duas primeiras abordagens e os resultados da abordagem bilíngue, se faz necessário que a educação repense com urgência sobre as causas do fracasso escolar e as práticas pedagógicas, buscando a promoção da participação, assim como a aprendizagem dos alunos com surdez na escola.
Segundo DAMÁZIO, FERREIRA, “há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem.”(p.47,48.) Desse modo, as PS, não podem ser reduzidas a uma condição sensorial, ela têm outras potencialidades que as integram a outros processos perceptuais, enquanto seres de consciência, pensamento e linguagem.
Levando em consideração a importância que a língua de sinais tem para as pessoas com surdez e a necessidade da língua portuguesa para desenvolver a leitura e escrita, torna-se imprescindível que a abordagem bilíngue seja de fato atuante nas escolas, pois eles tendo a oportunidade se apropriar da língua portuguesa, esta também irá possibilitar uma interação maior com o outro e assim, como cita DAMÁZIO, FERREIRA no referencial, “construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, na escola, é fazer com que essa instituição esteja imersa nesse emaranhado de redes sociais, culturais e de saberes.” (p.49).
É interessante ressaltar que a abordagem bilíngue e amparada por Lei e reconhecida pelo MEC como uma proposta legal e eficaz, e que se eles tiverem a oportunidade de conviver em um ambiente escolar que tem como proposta a abordagem bilíngue ele consequentemente desenvolverá seu potencial.
A partir dessa compreensão é que se constrói o Atendimento educacional Especializado, “que tem como função organizar o trabalho complementar para a classe comum, com vistas à autonomia e à independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez na escola e fora dela.” (DAMÁZIO, FERREIRA, P. 52), a sala de recursos possibilita ao aluno com surdez o reconhecimento de suas especificidades e também assistidas nos três momentos, o AEE em Libras, AEE de LIBRAS e o AEE de língua portuguesa para pessoa com surdez, como propõe a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, ou seja, uma proposta pedagógica na abordagem bilíngue.

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